Na última semana, assistimos a uma polêmica entre alguns internautas religiosos conservadores e a rede Starbucks. O motivo? Um simples copo vermelho. 

A rede de cafeterias faz copos comemorativos desde 1997. Em todo mês de novembro, o Starbucks muda a identidade visual para um tema mais natalino, sempre festivo, normalmente vermelho – às vezes inspirado em desenhos que os próprios clientes enviam. O de 2015, entretanto, é apenas solidamente vermelho, sem grafismos ou ilustrações natalinas.

Curiosamente, a justificativa do Starbucks para o copo vermelho realmente descreve a situação: eles queriam exaltar a simplicidade e, diferente de escolher um desenho de algum cliente, quiseram proporcionar uma “tela em branco” para que todos pudessem contar sua própria história. O problema é que, para alguns americanos, o novo copo é uma alusão ao inferno e uma grande afronta ao Cristianismo. Foi assim que a história ganhou outros rumos.

Toda a polêmica começou com Joshua Feuerstein, um usuário que se define “americano evangelista, personalidade da internet e das mídias sociais”, que fez um vídeo alegando que o Starbucks não tem o direito de celebrar o natal – de acordo com ele, os cristãos são perseguidos pelas companhias em todos os fins de ano.

Joshua tem uma grande rede de seguidores igualmente religiosos e conseguiu instalar a polêmica: com mais de 14 milhões de visualizações, seu vídeo se espalhou pela internet. Esses números podem nos fazer crer que há muitas pessoas pensando como Joshua e apoiando seu discurso, mas não é bem assim. Ao fazer uma análise mais próxima, é possível ver que grande parte das interações com esse vídeo vinham acompanhadas de comentários irônicos e discordantes. Fica claro que, no caso do Starbucks, a polêmica não mostra que milhões odiaram o copo, mas que muita gente achou o vídeo de Joshua Feuerstein uma tremenda bobagem.

Na realidade, verdadeiros resultados nem sempre podem ser mensurados apenas por números vistosos. 14 milhões de visualizações podem configurar um grande sucesso ou uma grande crise – tudo depende de como as pessoas interagem com esse conteúdo.